Se tudo der certo: desconfie.

28 novembro, 2011



Vou contar-te algumas verdades sobre as pessoas. Sobre todas elas, incluindo a mim e a ti. Em primeiro, e mais importante lugar, deverias de saber que as pessoas mentem. Em graus e proporções diferentes e por motivos totalmente distintos. Eu já menti, e tu também, não negues isso. Ou vais dizer que nunca disseste aos seus pais que ias dormir na casa de um amigo, enquanto que, na verdade, estavas numa disco pelo mundo a fora? Isso, é claro, mas isso é só se tu já deixaste de pintar livrinhos de colorir e usar fraldas. O único problema das mentiras, é quando elas são usadas para magoar alguém, ou mais precisamente, para iludir alguém.
O coração de quem foi magoado dói como se tivesse tido um infarte, e tudo deixa de fazer sentido por muito tempo. 
Outra coisa interessante de se saber é que a maioria das pessoas só nos procuram quando precisam de algo, e isso é um facto consumado. 
Quando possuires algum bem que contenha algum tipo de valor, prepara-te para ser a pessoa mais popular da escola. 
No entanto, quando não tiveres nada de especial para oferecer, não fiques chateado por ser excluído e sofrer bullying. 
Como diria o Capitão Nascimento, o “sistema é foda”. Porque quando são os interesses pessoais de cada um que entram no jogo, é cada um por si, e Deus por todos.
Não é nada pessoal, apenas negócios. Porém, mesmo aparentando ser uma fortaleza, ninguém tem um coração de ferro. Ninguém, mesmo. Até mesmo Adolf Hitler, um dos maiores carrascos de todos os tempos (se calhar, o maior de todos), responsável pela morte de 60 milhões de pessoas, já passou pela experiência de apaixonar-se por alguém. E duas vezes! Em meados de 1930, o seu coração foi roubado por uma sobrinha, que, no entanto, não sentia o mesmo por ele. O seu comportamento ciumento e possessivo levou a miúda a suicidar-se em 1931, deixando-o inconsolável. 
Anos mais tarde, pouco antes de ser derrotado durante a II Guerra Mundial, Hitler casou-se com Eva Braun, a quem jurou lealdade eterna. Tanto que ambos cometaram suicídio juntos, em 1945. Ah, e antes que eu me esqueça de dizer, as pessoas são fúteis e mesquinhas. Todos nós somos, ou já fomos. 
Qualquer um já teve um comportamento infantil, seja lá por qual motivo. Não negues que já tentaste fazer ciúmes em alguém, pelo puro prazer em saber que alguém está a sofrer por ti. Eu já, e tu também. É a nossa natureza. Gostamos de saber que as pessoas nos amam, nos querem bem, e não gostamos quando alguém estranho está por perto, tudo é um sinal, um método para parecer que estam-te a tirar a pessoa que amas d’ao pé de ti. 
Outro comportamento muito comum é o egoísmo. O mundo a acabar lá fora, com pessoas a morar nas ruas e com frio, e raparigas trancadas na casa de banho, a cortarem-se com lâminas de barbear, tesoura, compassos,… Enfim. Isso é futilidade ao extremo. 
No entanto, corremos um sério risco de nos apaixonarmos por alguém assim, já que não somos capazes de escolher quem amamos.
Pode ser qualquer um, de qualquer lugar. Isso é perigoso, e doloroso. Moramos em um país pequeno, e as chances de nos encantarmos por alguém que viva perto de nós é mesmo muito provável. Tu talvez já tenhas passado por tal experiência, ou se não passaste, é porque não deste abertura para isso (tens muita sorte, acredita).
A verdade é que somos todos tótós. Com pessoas próximas dispostas a dar-nos carinho e atenção, por que temos de amar justo as que estão tão distantes? 
Vontade de sofrer? Destino? Talvez. A única certeza que isso nos dá, é a de que as pessoas são parvas. Em todos os aspectos. Eu sou, tu és, os teus amigos são. Todos. O mundo é parvo. Fazemos escolhas erradas ao tempo inteiro, e corremos riscos desnecessários na alma de quem sabe-se lá. 
Por que tem que ser assim? Só Deus sabe. O nosso comportamento é um mistério, e nosso coração é um enigma pulsante. A única certeza que temos é de que, independente das nossas escolhas, das nossas mentiras ditas, das paixões não-correspondidas, do nível de futilidade, da dificuldade em amar quem realmente merece e do nível da parvoíce, todas as pessoas - todas elas, sem exceção - só estão em busca de algo chamado: FELICIDADE. (lc)

Sem comentários:

Enviar um comentário